25 de setembro de 2012

101 Dálmatas

Quando eu era pequena, era viciada na Disney. Meu pai, inclusive, já tinha me comprado toda a coleção de VHS que existiam até o momento. Sempre chorava quando a mãe do Bambi morria, dançava feito louca imitando o Baloo em "Somente o Necessário", morria de nojo do Simba comendo aqueles insetos... Mas nenhum desses desenhos se comparava com o meu preferido: os 101 Dálmatas.


Pois é... Quem me conhece sabe que amo cachorros. Imagina eu, pequenininha vendo um filme cujo protagonista não era um, nem dois, mas CENTO E UM cachorros? Eu pirava! E, também eu, até então filha única, era mimada. Meu pai, para me agradar sempre trazia um dálmata diferente de cada viagem que ele fazia! 

Eu não tinha 101 bichinhos de pelúcia dos Dálmatas, mas devia ter uns 20, pelo menos, sem exagerar! Um dia veio o Lelé. Não sei o porquê, mas me apeguei demais naquele cachorrinho. Levava ele para todos os cantos, para cima e para baixo, para a praia, para a casa da minha avó e até para a escolinha! 

E não é a toa que meus primos, quando queriam me encher, roubavam o Lelé e fingiam que ele era uma bola, um disco voador ou qualquer coisa para judiar do meu bichinho e fazer com que eu ficasse irritada (até o dia em que ganhei um Sansão da Mônica e comecei a jogar em cima deles. Aí eles pararam hahaha)... O Lelé era tão carregado de um canto para o outro e judiado pelos meus primos que um dia o pescoço dele começou a ficar mole. E meus pais não sabiam o que fariam quando a cabeça do meu tão precioso cachorrinho caísse (ai que horror!)... Ainda bem que isso não aconteceu.

Um dia, fizeram uma capinha para meu amigão. E ele virou o Super Lelé! Saía voando por aí sempre salvando os outros dálmatas que corriam perigo perto da temerosa Cruella De Vil! E é claro que ele sempre salvava o dia e todos os cachorrinhos agradeciam por sua coragem! Pois é, o que ele fazia não era para qualquer um!

Achei um Lelé para vender no Mercado Livre, gente!
Até que minha irmã nasceu - e me deu outro dálmata de presente, o Guloso. Mesmo tendo um novo amiguinho para o Lelé, ele acabou sendo meio esquecido... Eu tinha um novo xodó. Minha irmãzinha era o meu mais novo 'brinquedo favorito'. Adorava brincar com ela o tempo todo! E o Lelé, apesar de continuar sendo um dos meus melhores amigos, deixou de ir para todo o canto comigo.

Mas a história não acaba aí! Lembra que eu falei que o pescoço dele estava quase caindo e meus pais estavam morrendo de medo da minha reação se algo de ruim acontecesse com ele? Então... Adivinha qual foi um dos meus presentes de 15 anos? Um Lelé novinho em folha! O medo de que alguma coisa ruim com meu amiguinho era tanto que eles compraram outro igual - e, ainda bem, não precisaram me dar até muuuito tempo depois!

Agora tenho dois Lelés. E ainda tenho muitos dálmatas na minha coleção de bichinhos de pelúcia. O meu melhor amiguinho original ainda usa a capa e, quem sabe, não salva os outros enquanto eu não estou presente, ganhando vida que nem os brinquedos de Toy Story?

Esse texto faz parte da blogagem coletiva promovida no Depois dos Quinze!